Eu já dei risada até perder o fôlego, cantei até ficar rouca,
já chorei até dormir e acordei com os olhos inchados.
Já me queimei com parafina de vela,
eu já fiz bola de chiclete que grudou no rosto,
já conversei com o espelho e até já brinquei de ser bruxa.
Já quis ser pediatra, atriz, bailarina, relações públicas.
Já passei trote por telefone, tomei banho de chuva.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já escrevi no muro da escola, chorei no banheiro,
já fugi de casa p/ sempre e voltei no outro instante.
Já roubei beijo, fiz confissões para a melhor amiga antes de dormir e pedi que ela jurasse não contar nada p/ ninguém.
Já confundi sentimentos, me arrependi de ter falado algo, já chorei ouvindo música em meio ao trânsito,
magoei e fui magoada, mas também perdoei e fui perdoada.
Já fiquei sozinha no meio da multidão e senti falta de mim mesma.
Já olhei a cidade do alto e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já morri de falso amor e renasci p/ viver o verdadeiro.
Já chorei por ver amigos partindo e descobri que logo chegam novos
e a vida é mesmo assim: ir e vir sempre.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados no baú chamado coração.
E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita:
"_ Qual sua experiência?"
Essa pergunta ecoa no meu cérebro:
"_ Experiência... experiência..."
Será que ter vivido é uma boa experiência?
Não!!!
Talvez eles não saibam ainda o que é colher sorrisos!

"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui
ResponderExcluirpara a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas..
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam
poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir
assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar
da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo
de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!" M Andrade
:0 Jonny mostrando as garrinhas
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