2.9.11

SOBRE POBRES DE ESPÍRITO

"Bons ou maus hábitos precisam de tempo para adquirir força. Maus hábitos poderosos poderão ser destronados pelos bons hábitos opostos se estes forem cultivados com paciência." (Paramahansa Yogananda)


Imagine a seguinte situação em uma reunião: quando uma pessoa apresenta uma idéia, ela é imediatamente submetida a um processo de dissipação de outras idéias que resultam em simpatia e repulsa.
Os que simpatizam absorvem o que mais lhe agradam. Os que repugnam, eliminam os pontos fracos, e, em breve, de toda a façanha nada sobra senão a crítica, não dando se quer uma oportunidade de concordância.
Seja o que for idealizado, sempre se encontra vinte das mais belas idéias a favor e vinte contra. Seria como no amor, na política, na religião. O gosto tem de ser diferente p/ que todos terem a sua parcela, mesmo na ignorância.
Assim é com o pobre de espírito que nunca apresenta nenhuma idéia, mas critica quando alguém o faz. As manifestações de pessoas assim repousam na insegurança. Nelas imperam a suposição, hipótese, presságio, dúvida, inclinação, preconceito, persuasão, exemplificação e outros estados de semi-certeza. E seguindo essa ordem, a opinião se encontra mais ou menos no meio.
Se o que exprimimos com palavras, mesmo que grandiosas, em geral é mera opinião, o que exprimimos sem palavras o é sempre.
Nossa realidade é, em maior parte, apenas expressão de opinião (lê-se pobreza de espírito). Podemos imprimir uma expressão determinada à nossa vida e isso sempre se dá por causa de uma opinião alheia. É apenas uma opinião, mas se comporta como convicção e age como se fosse inabalável.
Eras e séculos se erguem, mas por de trás dos montes uma voz sussurra: “Não mudou até hoje, não mudará mais”.
Na vida, procuramos o que é firme com a mesma insistência de um animal terrestre caído na água. Por isso a importância do Saber, do Direito e da Razão.
Dedica uma parcela de tua solidão à serena reflexão sobre teu próximo, principalmente se não concorda com ele: talvez venha a entender e usar melhor o que te causa repulsa e aprenda a poupá-lo na fraqueza e a encorajá-lo na virtude.
O princípio da cura está na consciência da doença, o da verdade no reconhecimento do erro.
Quando um maluco sabe que está maluco, já não está tão maluco.


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